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Empreendedorismo social: como a contabilidade auxilia as startups de impacto social

Imagem exemplificando o empreendedorismo social

É possível gerar um impacto positivo para a sociedade e ainda obter lucro? Sim! Essa é a ideia do empreendedorismo social. Essa é uma das principais tendências do mundo dos negócios para os próximos anos, especialmente com o maior destaque dado à agenda ESG (ambiental, social e governança). 

Nesse modelo de negócio, as empresas funcionam de acordo com a lógica capitalista e ainda buscam lucros para manter suas operações — mas fazem isso enquanto tentam resolver um problema social ou ambiental importante. Na verdade, o empreendedorismo social costuma surgir a partir de ideias criativas de negócio que ajudam a solucionar questões importantes para a sociedade. Ao longo do artigo, vamos dar diversos exemplos disso. 

Por outro lado, também é essencial compreender que esse tipo de negócio possui diferenças importantes em relação aos negócios tradicionais. Isso tem impacto direto nas finanças e na contabilidade das startups de impacto social — nesse contexto, os contadores podem auxiliar bastante na sobrevivência e no crescimento da empreitada. 

Então, se você quer entender melhor como funciona o empreendedorismo social — e como a contabilidade pode ajudar as startups de impacto social —, continue a leitura. 

Confira outros conteúdos sobre contabilidade e administração de empresas no blog da Fazenda Contabilidade

O que é o empreendedorismo social?

O empreendedorismo social é uma nova forma de enxergar o empreendedorismo, pensando em oferecer produtos ou serviços que resolvem problemas da sociedade. Negócios sociais e startups de impacto social podem fazer isso trabalhando com tecnologia, educação, saúde, sustentabilidade, mobilidade urbana, gestão de resíduos e várias outras questões relevantes. Dessa maneira, elas estão completamente alinhadas à agenda ESG — que também se tornou importante para o empreendedorismo tradicional. 

A agenda ESG se tornou importante para as empresas tradicionais por uma série de motivos: por pressões regulatórias e governamentais, por exigência do público, que quer consumir de marcas mais alinhadas com seus valores, e também pela própria percepção das empresas de que “fazer bem” para o mundo pode ser uma forma interessante de obter lucro. As startups de impacto social “saem na frente” nessa corrida, pois já nascem com esse propósito de unir o bem-estar social aos negócios. 

Dito isso, também precisamos observar que o escopo do empreendedorismo social é muito mais amplo do que as pessoas podem imaginar — até porque a própria agenda ESG vai além do senso comum. Na verdade, a sigla envolve três pilares, bastante abrangentes:

  1. Environmental (Ambiental): Esse pilar envolve uma reflexão sobre como as atividades econômicas podem gerar menos impactos (ou ajudar a reparar os danos já causados) ao meio-ambiente. Dentro disso, as startups de impacto social podem ser úteis para a gestão de resíduos, preservação de recursos naturais, emissão de gases, etc.
  2. Social: Nesse pilar, empresas de qualquer segmento podem trazer benefícios para todos os públicos com quem se relaciona, dos colaboradores aos consumidores. Os benefícios podem envolver o acesso à saúde, educação, cultura, igualdade… — entre várias outras questões sociais importantes. 
  3. Governance (Governança): O terceiro pilar da agenda ESG envolve uma atuação ética e transparente nos negócios. Isso envolve não somente fazer negócios de forma ética, como também prestar contas disso ao público e criar medidas para investigar e punir eventuais irregularidades. Isso inclui políticas de compliance, bem como comitês para acolher denúncias de assédio, preconceito e outros problemas. 
Imagem exemplificando o empreendedorismo social Fonte: Freepik

A partir do momento que compreendemos como a agenda ESG é abrangente, torna-se bem mais fácil entender como ela se relaciona com os lucros. Em primeiro lugar, porque todos os pilares geram identificação com o consumidor (o que, indiretamente, ajuda nas vendas), mas também porque:

  • Uma empresa que dá atenção às questões ambientais corre menos risco de receber multas ou de não se adequar a algum regulamento internacional. 
  • Uma empresa preocupada com o social corre menos risco de ter passivos trabalhistas, de ter alta rotatividade de funcionários — ou crises de imagem junto ao público geral. 
  • Uma empresa preocupada com a governança tem menos casos de corrupção, assédio e outros problemas que afetam diretamente o ambiente de trabalho e os negócios.

Então, como dito, os pilares do meio-ambiente, social e governança (ESG, na sigla em inglês) estão cada vez mais presentes nos negócios tradicionais por uma série de motivos — mas as startups de impacto social podem criar novos modelos de negócio baseadas nesses pilares.

Questões essenciais sobre o empreendedorismo social

A partir dessa explicação sobre o que é empreendedorismo social, sua relação com a agenda ESG e as diversas maneiras como uma startup de negócio social pode gerar lucro, é normal que surjam uma série de outras perguntas. Nós buscamos respondê-las nessa seção. 

Quais são os três pilares do empreendedorismo social?

Os três pilares do empreendedorismo social são: diagnóstico, identificação de oportunidades e criação de uma nova realidade. Ou seja, você começa diagnosticando um problema social, ambiental ou de governança. Então, busca uma oportunidade para solucionar tal problema com uma ideia de negócio. Por fim, implementa o negócio para transformar a realidade que você diagnosticou no início do processo.

Qual a diferença entre o empreendedorismo social e o tradicional?

O empreendedorismo social e o tradicional são semelhantes em diversos aspectos — ambos funcionam dentro da lógica capitalista e buscam obter lucro com suas atividades. Além disso, mesmo os negócios tradicionais estão incorporando a agenda ESG aos seus negócios. Porém, as startups de impacto social já nascem visando a resolução de algum problema ambiental ou social com suas atividades. A questão ambiental ou social não é paralela aos negócios — é parte essencial e indispensável deles. 

Qual a diferença entre as startups de impacto social e as ONGs?

A diferença entre as startups de impacto social e as ONGs é que as startups continuam sendo empresas. Ou seja: elas buscam unir seu propósito social/ambiental à lucratividade — para, com isso, serem sustentáveis financeiramente. Afinal, as ONGs costumam se manter com doações ou incentivos governamentais (e muitas têm dificuldades nesse sentido). 

Conheça alguns exemplos de startup de impacto social

As questões debatidas até aqui se tornam mais claras quando você conhece alguns exemplos reais de startups que geram negócios ao resolver questões importantes da sociedade:

  • Trackmob: Startup curitibana que desenvolve tecnologias para captação de recursos, marketing e relacionamento com doadores de ONGs. Assim, as organizações podem obter mais recursos para manter seu trabalho social ativo.
  • Meu Pé de Árvore: A ideia é simples, mas muito importante. A empresa planta mudas de árvores em propriedades parceiras, no Norte do Brasil, “em nome” de empresas que precisam melhorar seus indicadores ambientais. 
  • Trashin: A startup implementa e opera programas de gestão de resíduos e logística reserva para outras empresas — permitindo que elas se tornem mais sustentáveis de forma muito mais simples, terceirizando essas questões. 
  • ÚnicaInstância: Startup que ajuda consumidores de baixa renda a resolverem seus problemas com cobranças indevidas em contas de consumo. Os clientes enviam os casos, que são analisados com ajuda de inteligência artificial — se aprovar, a startup paga até R$ 600 para o cliente e se compromete a resolver o problema na empresa. Caso consiga uma vitória, ela fica com a diferença como lucro.
  • Positiv.a: A empresa fabrica produtos de limpeza e higiene pessoal sustentáveis, com embalagens ecológicas, matérias-primas veganas e seguindo conceitos de economia circular. 

Como a contabilidade pode auxiliar as startups de impacto social?

Um bom escritório de contabilidade pode auxiliar uma startup de impacto social de diversas formas, desde a legalização e formalização da empresa. Além disso, pode prestar serviços na área contábil, permitindo que a empresa cumpra suas obrigações de forma simples, além da área financeira. Esse último aspecto é muito importante, já que as startups de impacto social costumam iniciar suas atividades com poucos recursos — e têm menos estrutura para lidar com as adversidades que as grandes empresas. 

Uma contabilidade também pode buscar oportunidades no planejamento tributário — com enquadramentos legais que gerem menos impostos para o empreendedor social —, além da restituição de créditos tributários e outros serviços que fazem muita diferença nas finanças de uma empresa. Além disso, pode auxiliar empreendedores sociais em questões referentes aos recursos humanos, que merecem total atenção, especialmente em um negócio social.

Para conhecer todos os serviços de um escritório de contabilidade — e entender como eles podem atender a uma startup de impacto social — acesse o site da Fazenda Contabilidade e converse com um de nossos especialistas. 

Mas continuando no assunto do artigo, a questão da contabilidade nos leva a outro detalhe importante do empreendedorismo: o financiamento sustentável das startups de impacto social. Ainda que essas empresas busquem lucro com suas atividades, é essencial buscar formas de financiamento para investir nos negócios e tirá-los do papel. A seguir, listamos algumas das principais formas de financiar uma startup.

6 formas de financiamento sustentável para startups de impacto social

É fato que algumas startups de impacto social iniciam suas atividades com investimentos próprios dos empreendedores. Mas nem sempre isso é possível — ou, em algum momento da trajetória, os investimentos externos se fazem necessários para possibilitar o crescimento da empresa. Então, é essencial ter alternativas como as que mostramos a seguir:

  1. Financiamento em bancos: Assim como qualquer empresa, as startups de impacto social podem sim buscar linhas de crédito em bancos públicos ou privados. A grande questão é calcular as condições desses empréstimos: se forem favoráveis, essa é uma opção relativamente simples para financiar sua startup.
  2. Fintechs de financiamento: Além dos bancos, existem fintechs que atuam somente com empréstimos para startups — geralmente com condições mais favoráveis. Vale a pena pesquisar todas as opções disponíveis, em bancos e fintechs.
  3. Aceleradoras de startups: Existem diversos projetos para startups e até para ideias de empreendimento em estágio inicial. Caso aprovada, a startup passa por uma série de mentorias e orientações que visam o crescimento do negócio — e, em troca, cede uma parte das ações da futura empresa para os investidores. 
  4. Investidor-anjo ou venture capital: Seja com um só investidor ou com um fundo de investimentos, uma das formas mais comuns de financiamento de startups é com os recursos de alguém disposto a investir nas ideias. Para isso, é indispensável fazer uma boa apresentação da ideia, que convença o investidor da lucratividade do negócio.
  5. Parcerias estratégicas: Caso sua startup de impacto social resolva algum problema muito sensível para uma empresa, é possível buscar parceria direta com ela, atuando como uma espécie de fornecedor. 
  6. Editais públicos: Por fim, existem diversos editais públicos destinados a projetos de impacto social nos quais sua startup pode se enquadrar e conseguir recursos. Fique de olho nessa possibilidade. 

Com isso, chegamos ao fim do nosso conteúdo sobre empreendedorismo social e startups de impacto social. Um conteúdo longo, mas que esperamos que tenha tirado suas dúvidas sobre esse modelo de negócio tão importante. Como explicamos, a contabilidade é essencial para os empreendedores sociais, uma vez que eles costumam iniciar com menos recursos e têm menos estrutura para lidar com reveses. A partir disso, convidamos você a continuar se informando sobre o assunto — seja aqui no blog da Fazenda Contabilidade ou no nosso Instagram.

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